A hipertensão na gestação ocorre em cerca de 10% das mulheres em sua primeira gravidez e é uma condição que merece atenção especial, pois pode impactar o desenvolvimento saudável do feto e a saúde da mãe. Neste artigo, trago os principais pontos relacionados à hipertensão na gestação, seus riscos e cuidados essenciais. Continue lendo para entender melhor!
O que é hipertensão gestacional?
A hipertensão gestacional é caracterizada pelo aumento da pressão arterial em consequência da gravidez. Ou seja, fora do período gestacional a pressão era completamente normal.
Podemos atribuir à gestação o aumento de pressão que ocorre após a 20ª semana, mas dificilmente vemos isso ocorrer antes de 32 semanas, o que caracteriza situação de maior gravidade. Na maioria dos casos essa elevação de pressão não está acompanhada de outros sintomas, por isso a importância de exames de pré-natal e consultas frequentes.
A influência da gravidez tem importante redução com o parto e, consequentemente, a saída da placenta, mas algumas mulheres mantêm dificuldade de controle de níveis pressóricos durante o puerpério. No entanto, a tendência com o passar dos dias é: quanto mais longe do parto, maior a chance de não ocorrerem complicações ou dificuldade no controle da pressão.
O que causa hipertensão na gravidez?
A hipertensão gestacional não tem uma causa muito bem estabelecida, mas alguns fatores de risco são relevantes para identificação das mulheres de alto risco: história familiar de hipertensão ou hipertensão gestacional prévia, hipertensão arterial pré-gestacional, diabetes tipo 1, trombofilias, idade materna maior que 35 anos, obesidade e gestação múltipla.
Uma das formas de explicar o que teria causado a hipertensão gestacional é através da avaliação do funcionamento da placenta. Quando ocorre uma incapacidade da placenta em oferecer ao feto a quantidade necessária de nutrientes, o corpo da mãe busca compensar essa demanda com o redirecionamento do sangue para o bebê. Isso é possível de ser feito através da vasoconstrição da mãe, gerando uma hipertensão e o aumento da pressão nos vasos da placenta na busca da adequação do suporte fetal.
Sintomas da hipertensão gestacional
A hipertensão gestacional pode se desenvolver sem causar sintomas perceptíveis, no entanto, à medida que a condição progride, alguns sinais podem se manifestar. Além da pressão arterial elevada, podem surgir:
- Edema excessivo – o inchaço nos tornozelos, pés e mãos pode ser um sintoma de hipertensão gestacional. Embora o inchaço seja comum durante a gravidez, um inchaço excessivo e súbito pode indicar a necessidade de uma avaliação médica. Ele pode ser notado pelo aumento súbito do ganho de peso e pela dificuldade de usar relógios, anéis e pulseiras de uso habitual.
- Dores de cabeça persistentes – se você estiver experienciando dores de cabeça não usuais durante a gravidez, é importante informar seu médico.
- Visão turva ou distorcida – alterações na visão, como visão turva, visão de pontos ou piscadas de luz, podem ser um sinal de pressão arterial elevada. Isso pode indicar uma complicação da hipertensão, como a pré-eclâmpsia, e requer avaliação médica.
- Dor abdominal superior – dor na parte superior do abdômen, abaixo das costelas, sem relação com alimentação, também pode ser um sintoma de pré-eclâmpsia.
Perigos da hipertensão na gestação e a pré-eclâmpsia
A hipertensão gestacional pode estar associada ou não ao prejuízo de órgãos vitais da mãe, quando passa a ser chamada de pré-eclâmpsia.
As principais alterações que pensamos quando se fala de pré-eclâmpsia são: presença de proteína na urina e problemas em órgãos como fígado e rins. No entanto, alterações como redução de crescimento do bebê, sangramento no 2° e 3° trimestre e convulsões também podem levar a casos mais graves, representando risco para a vida da mãe e do bebê.
Por isso, é crucial que a hipertensão gestacional seja monitorada de perto e tratada adequadamente para prevenir o desenvolvimento dessas condições. O controle da pressão ao longo da gestação permite uma gravidez tranquila e sem intercorrências na maioria dos casos.
Tratamentos
O tratamento da hipertensão gestacional e da pré-eclâmpsia envolve uma abordagem multidisciplinar. Importante em todos os casos o repouso com redução do estresse, além da adequação da alimentação com aumento da ingestão de líquidos, associado ao controle rigoroso da pressão arterial.
Em situações mais graves, a internação hospitalar pode ser necessária para monitorização da pressão arterial mais intensa, além de cuidado com a vitalidade do bebê.
Como evitar a hipertensão na gravidez?
Prevenir a hipertensão gestacional começa com uma boa saúde antes da concepção. Manter um peso saudável, adotar uma dieta equilibrada, praticar atividades físicas e evitar o estresse excessivo são medidas que podem contribuir para reduzir o risco.
Como mencionei anteriormente, o pré-natal adequado também é crucial, já que permite o acompanhamento contínuo e a detecção precoce de qualquer alteração na pressão arterial.
Quem tem hipertensão na gestação pode ter parto normal?
O diagnóstico de hipertensão não contra indica o parto normal, mas o quadro clínico muda muito entre as gestantes e por isso é preciso uma discussão de forma individual. Se a pressão arterial estiver sob controle e a vitalidade do bebê estiver normal, é possível conduzir um parto normal, mediante ao cuidado de ambos durante todo o trabalho de parto.
No entanto, em situações de dificuldade no controle de pressão, comprometimento do bem estar do bebê ou alteração de órgãos vitais em decorrência da pré-eclâmpsia, é indicada a via de parto mais rápida, o que na maioria dos casos é o parto cesariana.
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A hipertensão na gestação é uma condição que exige atenção, cuidados e acompanhamento médico rigoroso. A detecção precoce, o pré-natal adequado e a adoção de hábitos saudáveis são essenciais para minimizar os riscos e garantir uma gravidez tranquila. O cuidado é a chave para uma gestação bem-sucedida.
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