Existe ainda uma certa confusão quando falamos em parto humanizado no Brasil. Para muitos, o parto humanizado é o parto normal feito em casa, numa banheira, à luz de velas e uma trilha sonora escolhida pela família.

Mas o parto não precisa acontecer nessas condições para ser humanizado. Parto humanizado agrega uma série de processos que dão protagonismo à gestante e humanizam o momento do parto, independente de onde ele será feito e da via de escolha (cesárea ou parto normal).

O parto humanizado faz parte de um conceito maior de obstetrícia humanizada e envolve o respeito para com o processo e os desejos da gestante, levando em conta o seu bem-estar e do bebê. Nesse tipo de parto, a equipe obstétrica monitora e dá suporte para que o parto aconteça de forma segura.

Não é segredo que muitas mulheres têm medo da hora do parto. Seja pela dor do parto, ou pela possibilidade de que algo não saia como esperado, esse é um momento de grandes expectativas.

Assim, proporcionar a oportunidade de que a gestante se sinta acolhida em seus medos e suas escolhas, amparada por uma equipe obstétrica preparada para oferecer uma experiência respeitosa e responsável é muito importante.

Por isso, antes mesmo do dia do parto, a gestante poderá criar seu plano de parto, onde ela poderá detalhar o que gostaria que acontecesse. Questões como analgesia que não elimine sua sensibilidade e mobilidade, intensidade da luz, aromas e músicas, acompanhantes, são detalhados para proporcionar uma experiência mais acolhedora para a gestante. 

Muitas dessas medidas podem ser adotadas independente da via de parto. Ou seja, mesmo que a cesárea seja a primeira escolha da gestante, ou seja necessária para preservar a segurança da mãe e do bebê, é possível fazer parto cesáreo humanizado.

O parto humanizado requer uma relação de confiança e respeito entre a gestante e seu obstetra, para que juntos criem um plano de parto que acolha os seus desejos de forma segura para esse momento único e tão importante.