A gestação é considerada tardia a partir dos 35 anos de idade. Isso porque as mulheres que engravidam após essa idade têm um risco aumentado de desenvolver complicações durante a gravidez e exigem um acompanhamento mais cuidadoso. Entenda melhor!
Muitas mulheres optam por adiar os planos da gravidez, seja pelo desenvolvimento da carreira, seja pela dinâmica familiar, seja pela vontade um pouco mais tardia de ser mãe. Nem sempre a idade traz intercorrências, como todo mundo imagina que deva acontecer, mas devido ao maior risco delas ocorrerem, o cuidado é mais próximo para gestantes com mais de 35 anos.
Riscos de uma gestação tardia
Uma gravidez tardia tem maiores chances de apresentar algumas condições, entre elas:
Doenças cromossômicas: o risco de o bebê ter uma doença cromossômica, como a síndrome de Down, Síndrome de Edward e Síndrome de Patau, aumenta com a idade da mãe. Os óvulos que existem nos ovários da mulher são os mesmos desde quando ela ainda era um embrião na barriga de sua mãe, fazendo com que, com o passar da idade, restem óvulos cada vez mais velhos e com maior risco de terem algum tipo de mutação.
Diabetes gestacional: o risco de a mulher desenvolver diabetes gestacional também aumenta com a idade, além de estar associada a dieta inadequada, antecedente familiar e outras doenças metabólicas pré-existentes, como obesidade e alterações do colesterol. Mulheres que antes da gestação já eram diagnosticadas com diabetes, terão que se adaptar às mudanças hormonais que irão interferir diretamente no controle glicêmico.
Pré-eclâmpsia: a pré-eclâmpsia é definida como hipertensão decorrente da gravidez, associada a outras alterações em outros órgãos como rins, fígado, sangue e a própria placenta. Algumas alterações que devem chamar a atenção para um possível aumento de pressão arterial são: queda no ritmo de crescimento fetal, perda de proteína na urina e aumento de edema em mãos e face.
Melhores práticas para mulheres com gestação tardia
Planejar a gravidez: o primeiro passo é começar com uma consulta pré-gestacional para que você, em conjunto com sua médica, possam realizar exames preventivos, identificar doenças já existentes antes da gravidez e ajustar medicações que já estejam sendo usadas, Além disso, associar um hábito de vida mais saudável desde antes de engravidar, como adequar alimentação, e incluir atividade física na rotina, são fundamentais.
Ter um acompanhamento médico próximo: ao longo da gestação, as mulheres que estão grávidas após os 35 anos devem ter um acompanhamento médico com olhar mais atento para pequenas alterações, com o objetivo de se antecipar a alterações mais graves.
De acordo com a FEBRASGO (Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia), o risco de uma gestante apresentar pré-eclâmpsia varia de 3-5%, enquanto que a ocorrência de diabetes gestacional pode chegar a 18-20%. Como você pode ver, diabetes gestacional e pré-eclâmpsia são condições muito comuns, em especial nas mulheres nessa idade e seu diagnóstico precoce e tratamento atento reduz suas complicações.
Monitorar níveis de açúcar no sangue: o monitoramento regular dos níveis de açúcar no sangue nos exames periódicos, além de exames complementares como a curva glicêmica e a hemoglobina glicada, pode ajudar a detectar o diabetes gestacional precocemente e iniciar o tratamento.
Controlar pressão arterial: assim como o monitoramento do açúcar no sangue, o controle regular da pressão arterial é fundamental na detecção da pré-eclâmpsia precocemente, permitindo tratamento adequado.
Exames para detectar doenças cromossômicas: o ultrassom morfológico de primeiro trimestre é capaz de identificar cerca de 80% das síndromes fetais, tendo seu resultado aumentado para 95% quando associado a marcadores bioquímicos que podem ser coletados em conjunto.
Outra forma de aumentar a identificação de alterações cromossômicas é a realização do teste de triagem pré-natal não invasivo (NIPT). Este teste pode ser feito a partir de 10 semanas de gestação através da identificação de células fetais no sangue da mãe, e é capaz de identificar cerca de 98% das principais síndromes fetais
É muito importante contar com uma equipe de saúde de confiança e ter o apoio de um obstetra especialista em alto risco, que vai conseguir agir rapidamente em casos de intercorrências. Essa é a melhor forma de garantir uma gestação tranquila e segura para você e seu bebê!