A diabetes gestacional é uma doença específica da gestação caracterizada pelo aumento das taxas de glicose, que leva a alterações na glicemia em mulheres grávidas. Gestantes sem histórico de diabetes, ou seja, sem diabetes prévia, também podem desenvolver o quadro. Entenda!
A diabetes gestacional é uma doença muito vista na prática clínica e caracteriza gestação de risco, o que significa que a paciente precisa de um acompanhamento mais próximo e cuidadoso ao longo do pré-natal.
Por que a diabetes gestacional acontece?
Esse quadro acontece porque a placenta produz um hormônio chamado lactogênio placentário, responsável pelo aumento da resistência à insulina periférica, o que leva a aumento no açúcar disponível na corrente sanguínea da mãe.
O bebê, por sua vez, recebe o açúcar aumentado pelo cordão umbilical, fazendo com que fique grande para a idade gestacional e isso pode levar a casos de macrossomia – quando o peso do bebê chega a 4 quilos.
Complicações da diabetes gestacional
Via de parto
Quando os bebês ficam muito grandes, pode ocorrer dificuldade de nascimento nos casos de parto normal. O tamanho da bacia da mulher se ajusta durante a gestação para facilitar o parto vaginal, no entanto, o ganho de peso do bebê pode tornar essa adaptação insuficiente, tendo como consequência a indicação de um parto cesariana.
Volume uterino
Por conta do tamanho do bebê e do aumento líquido causado pela diabete descompensada, o útero da mulher fica mais distendido e, após o parto (seja normal ou cesárea), apresenta dificuldade em contrair de forma adequada, aumentando o risco de sangramento.
Hipoglicemia neonatal
Durante a vida intra-uterina, o bebê recebe todos os nutrientes da mãe através do cordão umbilical. A glicose é um desses nutrientes. No entanto, a produção de insulina, que ocorre de acordo com os níveis de glicose, é realizada pelo bebê. Quando o cordão umbilical é cortado, ele para de receber esse açúcar, mas segue produzindo insulina de acordo com a demanda pré-natal, enquanto ainda estava na barriga.
Esse cenário aumenta os riscos de hipoglicemia neonatal – baixo açúcar no sangue -, o que exige que o bebê seja monitorado logo após o nascimento para evitar complicações.
Hipóxia
Por meio do exame de hemoglobina glicada é possível avaliar a porcentagem de hemoglobina da mãe que está ligada ao açúcar, o aumento da hemoglobina glicada também ocorre no bebê.
Níveis altos desse marcador indicam dificuldade de transportar oxigênio, cenário que leva ao quadro conhecido como hipóxia (quando o bebê transporta menos oxigênio aos tecidos do que o necessário). Em casos como este, há um atraso no amadurecimento pulmonar, o que pode estar associado a um desconforto respiratório após o nascimento.
Sintomas da diabetes gestacional
Muitas vezes, os casos de diabetes gestacional são assintomáticos, daí a importância de acompanhar cuidadosamente ao longo do pré-natal.
Caso ocorram sintomas, a doença causa:
- Aumento de peso
- Aumento de apetite
- Cansaço
- Aumento do volume abdominal (que pode representar aumento de peso fetal ou aumento de líquido amniótico)
Casos mais avançados e não controlados, podem apresentar sintomas mais graves, como:
- Náuseas
- Vômitos
- Dor abdominal
- Respiração ofegante
- Confusão
- Redução de movimentação fetal
Tratamento para diabetes gestacional
Após diagnosticado, o tratamento da diabetes pode ser feito e muitas vezes resolvido de forma simples, com o acompanhamento de um nutricionista, e a prática adequada de atividades físicas. Caso não seja possível controlar com mudança de hábitos, a principal medicação utilizada é a insulina.
Gestantes com diabetes gestacional controlada, não terão prejuízo para o bebê. Lembrando que a maioria das mulheres que têm diabetes gestacional, não continuam diabéticas após o parto, mas apresentam um risco aumentado de desenvolver diabetes gestacional ao longo da vida
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