Como é feito o diagnóstico do câncer de mama? E quais são as opções de tratamento disponíveis? Neste artigo, vamos abordar essas questões e falar sobre cuidados e prevenção dessa doença, que tem altas chances de cura quando descoberto na fase inicial.
Diagnóstico do Câncer de Mama
O diagnóstico precoce do câncer de mama é o primeiro passo para o tratamento bem-sucedido. Por isso, é essencial que todas as mulheres façam o rastreamento de acordo com a indicação do mastologista. Neste conteúdo, você tem informações detalhadas dos exames mais comuns, como mamografia, ultrassonografia, ressonância magnética e até o autoexame.
Os exames de rastreamento são capazes de detectar tumores ou áreas suspeitas, antes delas serem percebidas no auto exame ou no exame clínico realizado pelo seu médico. A mamografia, por exemplo, pode detectar tumores pequenos, microcalcificações suspeitas e assimetria entre as mamas.
O ultrassom das mamas, por sua vez, é uma ferramenta que pode ser usada em conjunto com a mamografia para avaliar alterações suspeitas ou rastreamento em situações específicas, principalmente em mulheres jovens e com mamas densas.
Já a ressonância magnética, pode detectar tumores com imagens semelhantes ao tecido mamário normal, que podem passar despercebidos em uma mamografia, e costuma ser realizada em mulheres com alto risco de câncer de mama familiar, alterações genéticas conhecidas ou para melhor programação de tratamento, após diagnóstico de câncer de mama.
Opções de Tratamento
O tratamento varia de acordo com o diagnóstico e estágio da doença, mas pode incluir cirurgia, radioterapia, quimioterapia, terapia hormonal, terapias-alvo e imunoterapia. Entenda melhor cada uma das opções:
Mastectomia
A mastectomia simples remove todo o tecido mamário. Já a mastectomia radical, remove também os linfonodos axilares e pode incluir alguns músculos do tórax, próximos à mama. Uma quadrantectomia ou setor de mama envolve a remoção do tumor e uma porção de tecido ao redor, preservando a maior parte do seio.
Com frequência é necessária a retirada de alguns linfonodos para avaliar se a doença já se estendeu para essa região, sem, necessariamente, retirar todos os linfonodos.
Radioterapia
A radioterapia usa radiação de alta energia para destruir células cancerosas não visíveis ao exame clínico ou radiológico. Também tem um Importante papel para evitar que o tumor volte no local em que ele foi retirado.
Quimioterapia
A quimioterapia é o uso de medicamentos com ação em todo o corpo para destruir células cancerosas, principalmente fora do tecido mamário. Ela é utilizada principalmente em mulheres com tumores maiores para reduzi-los para cirurgia, com doença nos linfonodos ou para atingir células cancerígenas que podem se fixar em outros tecidos, gerando metástases.
Terapia hormonal
Aplicável em cânceres de mama que são sensíveis a hormônios, com receptores de estrogênio ou progesterona. Os medicamentos agem nos receptores tumorais reduzindo seu estímulo de proliferação e crescimento
Terapia-alvo
Abordagem que direciona células cancerosas específicas, geralmente as que têm um receptor chamado HER2. Medicamentos como trastuzumabe (Herceptin) e pertuzumabe (Perjeta) são exemplos de terapias-alvo usadas para tratar o câncer de mama.
Imunoterapia
Pode ser utilizado em tumores específicos, principalmente os triplo-negativos e alguns tumores com receptores hormonais positivos que não apresentaram resposta adequada à hormonioterapia. Os casos com indicação devem ser bem avaliados pelos oncologistas, pois seu uso é para casos bem específicos.
Terapia Combinada
Em muitos casos, o tratamento do câncer de mama envolve uma combinação de cirurgia, radioterapia, quimioterapia, terapia hormonal ou terapia-alvo. A abordagem específica dependerá do tipo de câncer de mama, estágio e características dos receptores de cada tumor.
Principais Sintomas
Embora o câncer de mama em estágio inicial possa não apresentar sintomas visíveis, é importante prestar atenção a sinais como nódulos nas mamas e axilas, alterações no tamanho ou forma das mamas, alterações na pele local e secreção nos mamilos. Se você notar qualquer alteração, procure seu mastologista para uma avaliação.
Prevenção do Câncer de Mama
Manter um estilo de vida saudável, com alimentação equilibrada e prática regular de atividades físicas, é fundamental. Evitar o tabagismo e o consumo excessivo de álcool também são recomendados.
Diversos fatores comportamentais podem aumentar as chances de desenvolver a doença como:
- Obesidade ou sobrepeso: cerca de 25% dos tumores de mama do mundo estão associados à obesidade e sedentarismo – estimativa da Agência Internacional de Pesquisas em Câncer.
- Sedentarismo: entre 1990 e 2015, a taxa de mortes por câncer de mama devido à inatividade física variou entre 12% – 12,2% de todos os casos*.
- Consumo de bebida alcoólica: o consumo de álcool favorece o aparecimento de diversos tipos de câncer, inclusive o de mama. Vale lembrar da chamada relação “dose-resposta” quando falamos de bebidas e o risco de câncer. O que significa que quanto maior a ingestão de bebida alcoólica e o tempo de exposição, maior o risco de desenvolver câncer.
- Tabagismo: o tabagismo também está associado ao aparecimento de câncer de mama, o que inclui o tabagismo passivo, quando pessoas não fumantes convivem com fumantes e inalam as substâncias tóxicas produzidas no cigarro.
Além disso, é importante conhecer o histórico familiar, pois a genética desempenha um papel importante no risco de câncer de mama.
Outubro Rosa e a prevenção
O Outubro Rosa nos lembra da importância de cuidar de nossa saúde mamária e da necessidade de promover a prevenção e o diagnóstico precoce do câncer de mama. Como mastologista, incentivo todas as mulheres a realizarem exames regulares, estarem cientes dos sintomas e adotarem um estilo de vida saudável para reduzir o risco dessa doença.
Lembre-se também de contar com o apoio de uma mastologista ao longo da sua vida, que conheça seu histórico e aponte os melhores caminhos para o rastreamento, prevenção e, se necessário, tratamento já que uma a cada 8 mulheres terão câncer de mama e que 12-17% serão entre mulheres com menos de 40 anos.
Fontes*:
Silva, D.A.S., Tremblay, M.S., Souza, M.d.F.M.d. et al. Mortality and years of life lost due to breast cancer attributable to physical inactivity in the Brazilian female population (1990–2015). Sci Rep 8, 11141 (2018). https://doi.org/10.1038/s41598-018-29467-7